quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O valor.

Meu nome é Douglas, tenho dezessete anos, moro com minha mãe que se separou do meu pai quando eu tinha apenas três anos... Isso me fez crescer incompleto, não que esteja afirmando que minha mãe não soube me criar corretamente, muito pelo contrário... Ela é a pessoa mais especial em minha vida; mas a ausência de meu pai me incomoda, mesmo não conhecendo quase nada sobre ele; somente tenho uma foto que está eu, meu pai e minha mãe, os três juntos sorridentes... Parecemos até uma família feliz, daquelas que no natal se reúne para trocar presentes; mas a vida não é bem assim...
Aos treze anos sofri um grave acidente, fiquei entre a vida e a morte, e meu pai nunca esteve lá ao meu lado... Isso me deixou triste, somente minha mãe iria me visitar, alguns amigos foram um dia ou outro, sou muito grato a cada um que nesse dia esteve por lá... Fiquei paralítico, hoje só consigo me mover com cadeira de rodas, isso me fez mais dependente da minha mãe do que já era antes... Ela é uma verdadeira guerreira. Digo que ela é meu “pãe”, uma mistura de pai e mãe num só ser; o que a torna o mais especial dos seres. Já pensei até se ela não é um anjo, deve ser o meu anjo, aos meus olhos minha mãe tem um par de asas, tem uma luz inigualável e o sorriso que transmite tanta paz...
Meu pai aos poucos foi esquecido, a não ser pela existência da fotografia que esteve presente por tanto tempo em minha vida...
Ontem me perguntaram se sentia falta de um pai, eu simplesmente respondi que não se pode sentir falta daquilo que você nunca teve.
Escrito por: Gustavo Marinho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que texto bonito! Apesar da história um pouco triste, essas palavras são tocantes!

"não se pode sentir falta daquilo que você nunca teve."
Isso é verdade!

Beijos.